quinta-feira, 21 de julho de 2011

Capítulo 5 - Destino

Robert abre a porta, e o grupo se encontra de frente com o jovem infectado que estava ainda parado na frente da casa, o mesmo respondeu com um rápido reflexo, virando-se para o grupo e rangendo como um cachorro, porém permaneceu estático.

Fred se aproximou para conferir se o jovem estava vivo, mas ao chegar perto o jovem pulou encima dele, a reação do grupo foi rápida, o major conseguiu acertar a cabeça do jovem com o pé de cabra. Infelizmente o infectado não morreu, porém ficou desnorteado, mais alguns golpes foram necessários, mesmo que diante do pânico do grupo pela violência.

Assim que foi terminado o “serviço” foram avistados mais dois infectados ao final da rua.

Major Arthur – Não podemos ficar aqui muito tempo, vamos seguir o plano!

O Grupo correu para a viela que dividia as ruas paralelas, ela estava calma porém com alguns focos de fogo já apagados, o cheiro de lixo era notável, porém não muito grande. O grupo correu e esperou no final da viela.

Major Arthur – Parece que está tudo limpo, vamos!

O grupo atravessa a rua e se escora na parede do outro lado, na esquina ficava o pequeno mercado, logo se aproximaram e Robert começou a tentar abrir o portão de ferro que protegia o mercado com o pé de cabra já ensanguentado. Cada forçada fazia um barulho tremendo que não poderia ser bom, e não demorou para aparecer os resultados.

Cmd Fred – Merda, parece que estão vindo pra cá!

Ao fim de duas ruas do cruzamento aparecem alguns infectados, os mesmos avistaram o grupo e começaram a correr mesmo por uns 300 metros antes.

Cmd Fred – Quanto tempo falta pra abrir isso? Logo eles vão chegar aqui!

Cmd Robert – Não vai demorar, preciso de mais um minuto!

Cmd Fred – Em menos de 40 segundos já estaremos mortos!

Quanto mais rápido a tentativa de arrombar o mercado era, mais rápido os infectados apareciam e em rápido tempo chegavam correndo no cruzamento das ruas com o mercadinho.

Major Arthur – Atirem!

O barulho dos tiros não afugentava nenhum dos infectados que corriam mais em busca do grupo que parecia uma peça preciosa de alguma coleção importante, os que chegavam muito perto eram abatidos, os mais de longe rapidamente chegavam perto, e sempre apareciam mais infectados. As garotas ficavam estáticas, não se moviam, não falavam, só conseguiam respirar e olhar para Robert que tentava abrir o mercado.

Cmd Robert – Está difícil, tem algum tipo de proteção!

Major Arthur – Abra essa porta de qualquer maneira!

O comandante então se afastou da porta, puxou sua escopeta das costas e deu dois tiros próximos ao pé da porta. Foi o suficiente para abrir um rombo médio para que todos passassem.

Cmd Robert – Consegui! Vamos, todas pra dentro!

As garotas entraram primeiro, logo depois foi John, seguido de Charles e Fred. Porém quando Phill foi tentar passar, entalou-se no pequeno espaço.

Cmd Fred – Mas que porcaria! Me dê a mão!

E por mais que se puxasse ou empurrasse o bendito homem não passava. Os infectados estavam se aproximando mais e Robert ainda se encontrava lá fora.

Cmd Robert – Puxem ele logo!

Porém a cada segundo os infectados chegavam mais perto, não poderia haver outra opção, Robert já não poderia mais ficar parado. De dentro do mercado só escutou-se um tiro de escopeta a mais, e um rombo foi aberto próximo ao do rombo em que Phill entalou-se, então um chute e os dois rombos se juntaram, permitindo que Phill passasse, mais não houve tempo para mais nada. Os gritos de Robert confirmaram o já esperado, os infectados alcançaram a porta.

Cmd Fred – Eu vou sair!

Major Arthur – Fique aqui dentro! Se você sair vai morrer também!

Logo uma estante de madeira foi empurrada e caiu próxima ao rombo, bastou mais um leve empurrão para tapá-lo, não seria o suficiente se os infectados resolvessem empurrar, mas bastaria para não chamar suas atenções. Os gritos de Robert ainda não estavam totalmente cessados.

Major Arthur – Meu deus, será que vamos perder um homem cada vez que nos movemos?

Cmd Fred – Mas que porcaria! Por causa deste maldito Phill o Robert morreu!  Ontem mesmo ele tinha me falado que ia ser pai, e queria voltar para casa e sair desse inferno!

Phill – Eu quero encontrar minha família, com ou sem a ajuda de vocês!

Cmd Fred – Seu ingrato! Já perdemos dois amigos por causa de você, e agora vem com esse papo de família? Eles devem estar mortos!

Phill – Não fale isso!

A Fúria no rosto de Phill era grande, e mesmo que todos soubessem o que viria a seguir, nenhum movimento foi feito, Phill atacou Fred com tudo e jogou ele contra uma das prateleiras do mercadinho.

Major Arthur – Parem com isso agora, estão chamando a atenção dos infectados!

A luta se continuava pelo chão em meio aos salgadinhos e barras de chocolate, ate que Phill consegue retirar de Fred a pistola que havia em seu coldre.

Cmd Fred – ARMA!

E um tiro foi escutado, por alguns segundos não se sabia quem foi ferido, se é que alguém foi ferido, todos estavam estáticos, o tiro ecoou pelo mercado como se fosse em uma montanha fechada.

Sgt.Charles – Tive que atirar, ele sacou a arma de Fred!

Major Arthur – Ótimo, perdemos mais um, na próxima perdemos três, e quatro até não sobrar mais ninguém?

Cpt. John McMillan – Ele ia atirar major, Charles estava certo em reagir.

Major Arthur – Certo...e agora… Vamos pegar as comidas suficientes e tentar sair daqui.

Susan – Com licença, eu conhecia o mercado, meu vizinho era o dono, e a casa ao lado tem um acesso pelo depósito que fica encima no segundo andar.

Major Arthur – Obrigado, mais alguém tem alguma informação?

Susan – Não, é só isso...

Major Arthur – Certo, peguem o máximo de enlatados que puderem, vamos guardar e sair para a casa vizinha, temos de usar o corpo de Phill como isca para os infectados e depois fugirmos pelo lado da casa... Não podemos mais sair em campo aberto, é muito arriscado.

O Grupo correu para armazenar o possível, enlatados, salgadinhos e refrigerantes quentes em lata, tudo poderia ser utilizado para matar a fome por algum tempo. Demorou cerca de 30 minutos para que tudo ficasse pronto.

Major Arthur – Desta vez não podemos sair sem um plano mais detalhado, não há como ficar muito tempo nas ruas sem ser percebido.

Susan -  Mary, você viu a Deborah e a Rebecca?

Mary – A Rebecca está no banheiro e a Deborah está ali atrás na prateleira...

Cmd Fred – Eu não vejo a Rebecca faz um tempo, a quanto tempo ela falou que ia no banheiro?

Mary – Faz uns 20 minutos quase...

Cmd Fred – Já é tempo demais, venham comigo as duas vamos ver se está tudo Ok.

Fred subiu junto com Mary e Susan até o corredor escuro, ao fim dele encontrava-se o banheiro. Fred bateu 3 vezes na porta com força...

Cmd Fred – Rebecca, está tudo bem?

Nenhuma resposta.

Cmd Fred – Rebecca?

Alguns segundos e nenhuma resposta.

Cmd Fred – Rebecca, se não responder eu vou abrir a porta a força!

Mais uma vez sem resposta, Fred toma impulso e acerta um chute próximo a maçaneta, aonde se encontrava a tranca da porta, que quebrou com a parte de madeira que prendia... Porém, nada estava bem, a cena que as duas garotas e Fred viram não era das melhores...

Cmd Fred – Droga, vamos descer...

Descendo as escadas junto com as garotas aos prantos...

Major Arthur – O que ocorreu?

Cmd Fred – Perdemos mais um...

Major Arthur – Como assim mais um? Perdemos o que?

Cmd Fred – Mais uma vida, a garota se suicidou!

Sgt. Charles – Ah, mas o que é isso agora?

Major Arthur – Não quero demorar muito tempo neste local, deixaremos a sua amiga no banheiro e usaremos o Phill como distração, vamos sair agora.

Todos subiram, dobraram à direita no corredor para chegar na pequena sala, durante tudo isso era possível ver a porta do banheiro entre aberta com os pés de Rebecca. O Grupo arrombou um pedaço de madeira que cobria a parede e a diferença entre as duas casas, ao que parecia a outra coisa estava abandonada, mas com todos os móveis dentro.

Cpt. John McMillan – Certo, vocês fiquem aqui, vou pegar o Phill e jogá-lo pela outra janela, quando eu correr por aquela porta podem disparar, tentarei acompanhar vocês.

John desceu e puxou o corpo de Phill pelas escadas, o grupo se mantinha estático entre a casa abandonada e o segundo andar do mercadinho, John abriu a janela e viu alguns infectados ainda encima do corpo de Robert, que estava irreconhecível.

Cpt John McMillan – Comam isso, bastardos...

Jogando o corpo de Phill e correndo para a porta, o grupo já disparava em direção à saída da casa abandonada. Assim que o grupo abre a porta avista diversos infectados em ambos os lados, impossível voltar mais, correram para o outro lado aonde havia uma casa de portas abertas.

Assim que John Chegou a porta os infectados já estavam chegando e não havia tempo para correr, ele só pôde fechar a porta e trancar-se. Sentando-se voltado para dentro da casa... Por um instante, fechou os olhos e se lembrou de sua infância, quando brincava com seus amigos, voltava cansado e brincava de invadir a casa do vizinho por uma passagem secreta... Um grande estalo aconteceu na cabeça de John... Passagem secreta?

Rapidamente correu para o segundo andar, andou para o quarto aonde o rombo foi aberto e, sim, ali era o local aonde ele costumava ficar...era o seu quarto. Um sorriso de desespero e ao mesmo tempo alívio foi aparecendo, olhou para todos os móveis e tudo constatava que era o local aonde morou a anos... Ele não sabia o motivo pelo fato de que estava tudo lá, e ninguém estava na casa, não entendia nada do que estava acontecendo. Olhou pela janela e viu o grupo na janela do segundo andar da outra casa, pegou rapidamente uma lanterna e repassou para o outro lado em Morse que aquela era a sua casa...

Cmd Fred – Que maluco, como assim a casa dele, ele quer ficar lá?

Major Arthur – Não, não, pelo que me lembro da ficha dele ele morava aqui em Washington...

Susan – Peraí, eu conheço quem viveu naquela casa, minha irmã namorou com um garoto que morava nela, o nome dela é Jennifer, se mudou para a Europa...

Cmd Fred – Ah para, estão de sacanagem comigo, isso é sério? Onde estão as câmeras? Que ótima simulação! Mas que porcaria é essa? Destino?

Sgt. Charles – Eh, parece que isso existe mesmo...

Cmd Fred – Ainda acho que estão de zoação comigo, se tudo isso for uma pegadinha eu mato vocês, literalmente!

Susan – Não estou brincando, não lembro o nome do garoto, mas eu era amiga dele também.

Cmd Fred – Ok, e agora o que vamos fazer?

Major Arthur – Temos de avançar, não podemos ficar parados aqui.

Cmd Fred – Mas e o John?

Major Arthur – Vamos ter que deixar ele por enquanto, envie isso pra ele, se possível o esperaremos daqui a um dia no prédio designado...

John recebeu a mensagem, e respondeu positivamente... Tinha comida no mercado e na sua mochila para se agüentar, enquanto isso se voltava para sua infância e adolescência, começava a olhar tudo e a remexer em busca de qualquer coisa antiga, e acabava encontrando algumas coisas. O dia foi avançando, os infectados deixaram a porta da casa e partiram para a esquina, provavelmente em busca do corpo de Phill, e logo a noite chega, alguns gritos e explosões acontecem somente de noite, provavelmente é quando as pessoas tem menos chances de defesa... John não teria como ser o vigia a noite toda, por isso procurou lugares para se esconder, e quando olhou no armário viu em seu topo um caderno, quando o abriu pôde ler...

18 de Julho de 1991

"Querido diário, hoje fui a casa de Bob...”
Uma explosão de alegria dentro de uma mistura de medo e raiva foi se alastrando pela mente de John, ler o que ele havia escrito quando era criança era uma ótima lembrança, e assim que terminou o parágrafo curto de ortografia ruim, teve a idéia de escrever nele...

"Ah, querido diário, se é que posso chamá-lo de querido, após 20 anos de esquecimento..”
Tudo agora era encaixado em um pequeno laço com círculo de início, era hora de definir o que poderia ou não acontecer na sua vida, não poderia ficar impotente diante de alguma situação, seja ela qual for.
Um espírito de força e vontade de sobreviver tomou conta de John. Pulou do seu canto escuro e começou a se vestir, colocou sua mochila e rumou até a porta da casa...Colocou seu diário dentro da mochila e chegou na sala, na frente da porta...

Desta vez não existia ninguém para fazer uma piada animadora, nem ninguém para engatilhar uma escopeta e fazer com que tudo pareça recomeçar novamente, desta vez tudo teria de acontecer diferente, e seria naquele exato momento em diante...

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